Março 24, 2020

Oportunidades e desafios da convivência

Oportunidades e desafios da convivência
É muito simples:
Só se vê bem com o coração;
O essencial é invisível aos olhos.
(O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry)

O Pequeno Príncipe nos convoca a refletir sobre o que é, de fato, essencial em nossas relações. Nesse momento precisamos estar mais “invisíveis” aos olhos uns dos outros – longe dos olhos, mas perto do coração – e para isso podemos utilizar a tecnologia como uma ferramenta a esse favor. Se faz necessário, no entanto, o cuidado com o uso dessa forma de comunicação para não cairmos em um excesso que pode ser prejudicial às crianças.

Toda essa situação decorrente da transmissão do coronavírus tem despertado tantas coisas em nós – adultos e crianças e impulsionado a busca por alternativas para manter vínculos estruturais de relacionamentos. Pela primeira vez, distância física tornou-se sinônimo de cuidado e amor.

Longe de ser um momento fácil, o atual contexto pode estar trazendo a nós sentimentos como angústia, medo, insegurança, ansiedade, incertezas, entre tantos outros. Esses sentimentos são naturais, afinal de contas é humanamente impossível termos apenas sentimentos agradáveis. O medo, por exemplo, pode parecer um sentimento ruim, mas por outro ponto de vista, ele nos proporciona proteção e cautela. Então nem tudo que parece negativo, de fato é. Mas, é claro, em situações adversas todos esses sentimentos são intensos e é importante respeitá-los. Ao mesmo tempo, se estiver em excesso dentro de nós, podemos e devemos rever alguns pontos.

Se você come um alimento que te faz mal, gerando dor, desconforto, ou enjoo, você come este mesmo alimento no dia seguinte? Provavelmente não. O mesmo podemos fazer com as informações, que chegam a todo o momento e de tantas formas distintas. Será que precisamos de informações sobre o Covid-19 todos os dias, ou várias vezes ao dia? Como isso tem refletido em você e na sua família? Manter-se informado gera cuidado, precaução, e até mesmo mais segurança, mas informações demais provocam impactos emocionais. Precisamos utilizá-las com consciência.

Esse é um período que as famílias estão com as crianças em casa e sem poder sair para passear, ir a aniversários, visitar os avós, ir à escola, e tantas outras atividades sociais que as crianças gostam muito. Certamente, com o passar dos dias esse convívio intenso e recluso vai gerar emoções novas e com as quais precisamos aprender a lidar.

O que podemos então de imediato lançar mão para começar a lidar com esse novo cotidiano? O que se apresenta às famílias é a oportunidade de exercitar o FAZER JUNTOS, fazer as atividades diárias junto com as crianças sempre que possível for. Envolvimento e participação é muito acolhedor para as crianças e elas vão se sentindo úteis e felizes em participar ativamente. Podem ser envolvidas nas atividades da casa e também podem sugerir formas de organização do tempo em família.

Outra possibilidade são as inúmeras brincadeiras, atividades, histórias, trocas afetivas que podem acontecer nesse momento e que serão muito importantes, pois possibilitarão o aprofundamento dos vínculos familiares. Uma oportunidade de conexão, mas que depende, também, de como o adulto está. Em meio ao home office, temos também uma possibilidade de perceber coisas que pela intensidade dos dias talvez não fosse possível: observar seu filho adormecer, brincar, alimentar-se, chorar, interagir mais com você, enfim. Provavelmente essa quarentena ficará marcada para as crianças como um período em que ficaram mais entre vocês.

Mas diariamente em casa, quando surgirem mais desafios com as crianças, que antes talvez não fossem tão intensos, é importante procurar manter a calma, distrair-se, ouvir uma música que você goste e buscar conteúdos online que te ajudem a passar também por esse momento de forma mais positiva. O nosso estado emocional influencia também em como as nossas crianças vão lidar com esses dias, que podem ser divertidos, se nos dermos essa oportunidade. Por isso, vamos seguir juntos – Baby House e família, reforçando nossa parceria e oferecendo subsídios para que possam criar contextos ricos de interação e compartilhamento com as crianças. Contem conosco!

Além de nos ajudar a ver com o coração, o Pequeno Príncipe também nos conta que “Todas as pessoas grandes foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso” . Quem sabe essa seja uma chance de resgatarmos isso dentro de nós.

Seguiremos por aqui com vocês!

Grande abraço!